domingo, 5 de outubro de 2008

O Romantismo na Inglaterra



A Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra entre os anos de 1798 e 1832, determinou o surgimento do proletariado. O aparecimento dessa nova classe social e a incorporação da figura da mulher no mundo cultural favoreceram o nascimento do Romantismo, porque deram origem a um novo público leitor, que buscava nos romances um pouco de realismo, humor, emoções e, sobretudo, novas idéias. Dentre os vários autores desse período destacam-se:


Daniel Defoe (1660 - 1731)
Autor de "As Aventuras de Robinson Crusoé". Esse romance fez tanto sucesso que ele escreveu duas continuações. As obras de Defoe defendiam, por meio da verdade e da edificação social, os valores da sociedade moderna.


Jonathan Swift (1667 - 1745)
Escritor irlandês, crítico mordaz da sociedade e da política de seu tempo, que ridiculariza em sátiras brilhantes, é considerado um dos maiores prosadores da língua inglesa. Nasce em Dublin. Depois de se formar no Trinity College, vai para a Inglaterra e, em 1692, gradua-se em teologia pela Universidade de Oxford. Três anos mais tarde, é ordenado sacerdote da Igreja Anglicana e, em 1713, torna-se deão da catedral de Saint Patrick, em Dublin. Desde 1701, participa ativamente da vida política inglesa, primeiro a favor dos whigs (liberais) e, depois, dos tories (conservadores).


Como escritor, torna-se alvo de admiração e ódio com seus panfletos satíricos, como A Tale of a Tub (A História de um Tonel, 1704), em que ridiculariza as instituições religiosas. Em 1726, publica sua obra-prima, Viagens de Gulliver, sátira aos liberais, aos juristas, às instituições e ao gênero humano em geral. Sucesso imediato, o livro transforma-se num clássico da literatura infantil universal. A intenção dos panfletos satíricos de Swift é defender os interesses da Irlanda contra a aristocracia inglesa. Em 1742 sofre um derrame que o deixa paralítico. Morre em Dublin.


A poesia Romântica inglesa inicia-se com a figura de William Blake (1757 a 1827), um pré-romântico, que influenciou muitos poetas em toda a Europa. Em seus poemas, Blake recria paisagens e situações exóticas e afirma a existência do eu-lírico. Além de Blake temos ainda duas gerações de poetas muito distintas:
A primeira delas, classificada como "lake poets", surgiu, por volta de 1770, em uma região situada à noroeste da Inglaterra, onde há muitos lagos. Os dois nomes de destaque desse movimento foram Willian Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge, autores da obra "Baladas Líricas", que tinha o objetivo de provar que tanto a linguagem culta, quanto a coloquial são capazes de exprimir o sentido da vida;
a segunda geração, também conhecida como poetas malditos ou satânicos, além de influenciar vários poetas em todo o mundo, inclusive os brasileiros, foi caracterizada pela exaltação à liberdade e à rebeldia. Os potas dessa geração morreram ainda muito jovens e distantes de sua pátria. Os que mais se destacaram foram:


Lord George Gordon Byron (1788-1824)
A sua obra e personalidade romântica têm grande repercussão na Europa do início do século XIX. George Gordon Noel Byron nasce em Londres e, em 1798, herda o título nobiliárquico de um tio-avô, tornando-se o sexto Lord Byron. Em 1807, publica Horas de Ócio, livro de poemas mal recebido pela crítica. Com apenas 21 anos, ingressa na Câmara dos Lordes e viaja pela Europa e pelo Oriente, regressando em 1811. No ano seguinte publica o poema A Peregrinação de Childe Harold, sobre as aventuras de um herói e a natureza da península Ibérica, sucesso em vários países europeus. Muda-se para a Suíça em 1816, após o divórcio de Lady Byron, causado pela suspeita de incesto do poeta com sua meia-irmã Augusta Leigh.

Escreve o terceiro canto de A Peregrinação de Childe Harold, O Prisioneiro de Chillon (1816) e Manfred (1817). Transfere-se para Veneza, onde escreve em 1818 Beppo, uma História Veneziana, sátira à sociedade local. Um ano depois, começa o inacabado Don Juan. Torna-se membro do comitê londrino para a independência da Grécia, país para onde viaja em 1823 para lutar ao lado dos gregos contra os turcos. Morre quatro meses depois, em Missolonghi.

Percy Bysshe Shelly (1792-1822)
Percy Bysshe Shelley casou-se e tronou-se pai ainda muito jovem. O movimento Romântico aproximou Percy da figura do pensador e reformista Willian Godwin, pai de Mary Wollstonecraft, com quem Percy fugiu para viver ilegalmente na França e na Suíça até que Harriet, esposa de Percy, matou-se em 1816 e eles puderam, enfim, se casar. Mary e Percy mudaram-se para a Itália em 1818 e, em 1822, o poeta morreu afogado. As obras mais importante de Shelly são "Adonais" e "Prometeu Libertado". Essa última simboliza a luta do homem frente ao poder absoluto.

John Keats (1795 a 1821)
Considerado um dos maiores nomes do romantismo na Inglaterra. Sua obra oscila entre as freqüentes referências à morte e um intenso sentimento de prazer com a vida. Influenciado pelos poetas gregos do período helênico, como Homero, bem como pelos poetas elizabetanos do século XVI, persegue a perfeição estética. Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo romântico, por imagens vibrantes, de grande apelo sensual, e pela expressão de aspectos da Filosofia clássica. Nascido em Londres, fica órfão na infância e passa a ser criado em Edmonton por um tutor, que o transforma em aprendiz de cirurgião. Volta em 1814 para Londres, onde trabalha como assistente de cirurgia em dois hospitais. Em 1817, decide abandonar a Medicina para se dedicar inteiramente à poesia. No mesmo ano, publica seu primeiro livro, Poems, marcado por imagens ultra-românticas, mas não obtém sucesso. Em 1818, lança Endymion e inicia a produção de seu maior poema, Hyperion, que não chega a concluir devido aos primeiros sinais da tuberculose. Não obtém reconhecimento em vida, sendo cultuado apenas após a morte, ocorrida em Roma, quando ele está com apenas 26 anos.


2 comentários:

Unknown disse...

Muito bom o artigo

Unknown disse...

Muito bom o artigo